Muito provavelmente você já viu, interagiu ou até mesmo tem um animal que passou pelo procedimento da caudectomia e/ou da conchectomia, que são, popularmente, conhecidas como “corte da cauda” e “corte das orelhas”, respectivamente.
O que talvez você não saiba é que tais procedimentos são crimes desde 2008.
Maus-tratos
Em 2008, o CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária) definiu que procedimentos cirúrgicos com fins estéticos são maus-tratos animal, ou seja, crime.
O tutor, o criador ou o médico veterinário responsável pelos procedimentos será multado e poderá pegar detenção de três meses a um ano e, no caso do veterinário, perder a licença para exercer a profissão.
Além do corte da cauda e orelhas, são considerados maus-tratos cirurgias para a remoção das cordas vocais e o corte das garras e falanges em felinos – pois é.
Por ser crime, é raro encontrar um médico veterinário disposto a fazer tais cirurgias e,
infelizmente, alguns tutores e criadores fazem o procedimento por conta própria em local inapropriado, sem anestesia e sem nenhum tipo de conhecimento. O resultado é um animal com muita dor, provavelmente com uma inflamação no local e as chances de óbito devido a perda de sangue ou infecções são altas.
Se é crime, porquê fazem?
Podemos supor que seja por falta de conhecimento da lei ou por falta de conhecimento sobre a raça ou qualquer outro “motivo”. São muitas as possibilidades, por isso vamos citar alguns exemplos.
No caso da caudectomia, alguns criadores e tutores de cães de raça fazem tais procedimentos por acreditarem ser o “padrão da raça”. Por exemplo, muitos acreditam que cães da raça rottweiler não possuem cauda e ao verem um cão da raça com a cauda longa, desconfiam que não seja uma raça com pedigree e se recusam a adquirir o animal. Por isso, alguns criadores recorrem ao corte da cauda para não perderem um comprador em potencial.
Já a conchectomia, corte das orelhas, algumas vezes é feita com o intuito de deixar o cão com uma expressão mais intimidadora. Por exemplo, os animais da raça pitbull que, infelizmente, são usados para brigas de cães, acabam ficando com expressões mais agressivas ou intimidadoras - lamentável.
A remoção das cordas vocais, é feita por um “motivo” óbvio, cessar os latidos e miados.
E por fim, a remoção das garras e falanges em felinos é para preservar os móveis da casa e evitar arranhões nos tutores.
Seja qual for o “motivo”, tais procedimentos não fazem parte do padrão de nenhuma raça e não trazem benefícios para o animal, muito pelo contrário. O corte das orelhas, por exemplo, deixa o ouvido exposto ao vento, água e possíveis cortes e perfurações que, dependendo da gravidade, podem levar o animal a perder a audição.
Compartilhe conhecimento
Uma forma de acabar com esses procedimentos e desmistificar o que é padrão da raça, é buscar e compartilhar o conhecimento.
Caso queira adquirir um cão de raça, entre no site da Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC), veja o que de fato é ou não padrão da raça e leia o nosso post sobre as regras que canis e gatis comerciais devem seguir.
Mesmo assim, se alguém tentar te convencer em fazer tais procedimentos, seja qual for o motivo, fale com um médico veterinário de confiança. Ele é o profissional mais capacitado para avaliar o seu animal.
Por fim, se souber de pessoas que fazem tais procedimentos, denuncie. Já fizemos um texto sobre como denunciar maus-tratos animal.
Veja o vídeo no Youtube!
Inscreva-se no nosso canal.
- PROCURE UM MÉDICO VETERINÁRIO DE CONFIANÇA
- NÃO PEÇA CONSULTAS ONLINE
- NÃO FAÇA RECEITAS CASEIRAS
- CONSULTE CANIS IDONEOS
- ADOTE UM ANIMALZINHO DE ABRIGO OU ONG
Comments