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Síndrome da Ansiedade de Separação

Foto do escritor: Petisco Pet CiaPetisco Pet Cia

Quem acompanha a Petisco pelas redes sociais, deve se lembrar que recentemente compartilhamos com vocês sobre a nossa cachorra que engoliu uma pilha enquanto estava sozinha em casa.  Para que vocês possam entender melhor, vamos contar essa história desde o começo. Por ser vira lata resgatada da rua, sempre suspeitamos que a Niméria, nossa cachorra, tivesse medo de ser abandonada novamente quando saíamos de casa e que por isso, ela teve alguns comportamentos inapropriados como destruir alguns objetos da casa. Porém, no dia em que ela engoliu a pilha, foi quando de fato percebemos que havia algo de errado com ela e que isso poderia lhe fazer muito mal não só psicologicamente, mas fisicamente. Pesquisamos e vimos que ela se encaixava perfeitamente nas descrições da Síndrome da Ansiedade de Separação e que muitos pais e mães de peludos sofrem com os mesmos problemas.


Mas afinal, o que é ansiedade de separação?


Vamos imaginar que nossos peludos são crianças de 1 ano de idade que já sabem identificar quem são seus pais mas que, obviamente, não entendem tudo o que acontece a sua volta e não sabem se fazer entender claramente. A ansiedade de separação é o sentimento desta criança quando ela nota que está afastada dos pais, ainda que por poucos minutos. Por ter um apego muito grande aos pais e depender deles para tudo, esta criança se desespera, fica estressada e ansiosa. No caso dos cães, eles podem extravasar esse sentimento através de latidos e uivos excessivos, lambedura compulsiva, fazer as necessidades em locais errados, destruir objetos da casa e assim por diante.


Como em qualquer outro problema, para encontrarmos a solução é preciso saber sua origem. Nas últimas décadas o relacionamento entre o ser humano e o animal tem ficado cada vez mais estreito e humanizado a ponto do cachorro desenvolver uma dependência excessiva e nós, tutores, sem perceber recompensamos positivamente esse comportamento.


Se você quer de fato mudar essa situação, o primeiro passo é mudar a relação entre você e seu cachorro. Você é quem manda na relação, portanto, é você quem determina o momento de dar atenção e carinho. Se o seu cachorro fica eufórico em excesso com a sua chegada ou se ele pede carinho a toda hora ou em momentos inapropriados, mostre que ele só terá sua atenção quando estiver mais calmo e quando você determinar que é apropriado. E qual é a melhor forma de fazê-lo entender? Ignore-o.


Tenha em mente: “não é atenção, ignorar é a solução”. Ao dizer “não” no momento de extrema euforia, o seu cão não irá entender que você o está repreendendo e só o ato de dirigir a palavra a ele, é uma recompensa. Não será fácil e nem rápido mas não desista, para o bem do seu cachorro.


A dica acima é uma solução definitiva e base para as próximas dicas que são paliativas.


Passeios longos:

Se possível, antes de sair, dê um passeio com o seu cachorro, quanto mais longo, melhor. O objetivo é cansá-lo tanto fisicamente quanto mentalmente. Com isso, ao chegar em casa o cão irá dormir, muito provavelmente.


Reduza o tédio:


Sim, eles sentem tédio e ninguém é feliz no tédio. Procure maneiras de enriquecer o ambiente com brinquedos interativos, por exemplo. No mercado existem vários modelos para colocar ração ou petiscos dentro, mas dá para fazer com garrafa pet. Na internet é possível encontrar vários vídeos no estilo “Faça você mesmo”. Apenas 15 ou 20 minutos de estimulo é o suficiente para cansar o animal e com isso ele irá ficar muito mais calmo e dormir.


Reduza a sensação de solidão:


A companhia de outro animal, não necessariamente da mesma espécie, ajuda muito nestes casos. Se para você não é possível ter mais um bichinho, tente deixar rádio ou TV ligados. O som de pessoas conversando fará com que seu cão fique mais tranquilo. Na internet existem vários vídeos feitos especificamente para cães, desde o som, as cores, o ângulo de visão da câmera, tudo pensado para entreter o animal. Nós já testamos por alguns minutos e chamou a atenção dos nossos cães. Se você nunca tentou, vale a pena tentar.


Não faça longas despedidas:


Se você tem o costume de fazer longas despedidas, pare. Se você sair de casa de forma rápida com uma simples despedida, o cachorro entenderá que isso é algo rotineiro e sem importância.


Ensine-o gradualmente:


A melhor forma é ensinar o animal desde pequeno, então, se o seu cão for filhote, comece aos poucos. Faça exercícios para que ele aprenda que é normal você sair mas que depois você irá voltar. Comece deixando-o sozinho por 5 minutos, após alguns dias aumente o tempo para 15 minutos, e assim por diante até chegar a 1 hora. Após esse tempo, se tudo correr bem, ele estará apto a ficar sozinho por períodos de 8 horas.


Vale lembrar que estas dicas não são regras e que assim como nós, o cães possuem personalidades diferentes, portanto, o que funciona para um, pode não funcionar para outro. Por isso tente várias vezes, veja o que melhor se encaixa na sua vida e na do seu cão. Caso a situação do seu animal seja mais grave, procure ajuda de um profissional para te auxiliar. O mais importante é não desistir e não abandonar seu melhor amigo.


Boa sorte!


 

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